A vida que pulsa: formação e trabalho na enfermagem e o lócus da autonomia para exercer o cuidar.

2013 
O tema dessa pesquisa foi a relacao entre a formacao do Enfermeiro, seu trabalho e a sociedade em que ele desenvolve. O problema que essa pesquisa se propos a investigar foi como se situa a formacao do Enfermeiro na sociedade capitalista de consumo. Partiu-se das seguintes hipoteses: 1) a formacao do Enfermeiro no contexto do sistema socioeconomico e cultural vigente tem assumido uma conotacao de pseudoformacao, fragmentada, unidimensional, isto e, mais focada no binomio saude-doenca, privilegiando os aspectos tecnico-cientificos, desarticulada das necessidades da realidade social na qual os egressos dos cursos de enfermagem estarao inseridos. 2) a construcao de uma formacao para a autonomia e para a emancipacao se faz possivel, suscitando uma postura critica frente a situacao socioeconomica, politica e cultural em que se realiza a atividade do profissional da enfermagem, promovendo a autonomia e o auto-desenvolvimento, que transpassem os aspectos meramente tecnicos e biologicos, de forma a inserir o saber da enfermagem na unidade do ser humano, no respeito as suas necessidades fundamentais, de forma a superar o reducionismo do binomio saude-doenca. O trabalho da enfermagem, ao ser revestido de um sentido economico, pode entrar em contradicao com o que se almeja para o cuidado, baseado no perfil epidemiologico do processo saude-doenca. 3) as historias orais de vida de Enfermeiras professoras de enfermagem e Enfermeiras podem contribuir para pensar um projeto pedagogico alternativo em enfermagem. Os objetivos do estudo consistiram em: a) analisar como ocorre a formacao do Enfermeiro, tendo em vista as estruturas macrossociais determinantes do processo saude-doenca; b) descrever como as Enfermeiras professoras de enfermagem e as Enfermeiras compreendem a construcao do processo formativo e a possibilidade do desenvolvimento do exercicio da autonomia no cuidar; c) identificar se existe a possibilidade de superar, no projeto formativo, a hegemonia do capitalismo e da sua universalidade tecnico-cientifica e consumista na area da saude. Os sujeitos foram quatro Enfermeiras, duas delas tambem educadoras, atuando diretamente com a formacao de Enfermeiros. Como metodologia de pesquisa empirica foi utilizada a historia oral de vida. O referencial teorico utilizado foi a Teoria Critica da Escola de Frankfurt. Dos resultados pode-se destacar que a vida pulsa na enfermagem, em busca da autonomia para exercer o cuidar, apesar das complexas relacoes entre o modelo cientifico vigente, as politicas publicas de saude, as praticas de gestao, as politicas de formacao e as praticas de formacao. Nesse cenario, surge a necessidade de se repensar o modelo de formacao do profissional de saude a partir da compreensao que saude e doenca sao formas pelas quais a vida se manifesta, sao experiencias unicas e subjetivas, que vao alem das questoes postas pelo capitalismo, donde se apresenta a tensao entre a subjetividade da doenca e a objetividade desse modelo de se fazer saude.
    • Correction
    • Source
    • Cite
    • Save
    • Machine Reading By IdeaReader
    0
    References
    0
    Citations
    NaN
    KQI
    []