Mortalidade infantil por malformação congênita no estado de Mato Grosso: estudo ecológico no período 2007-2016

2018 
As malformacoes congenitas e a segunda maior causa de morte em criancas menores de um ano no Brasil e adquiriu ao longo dos anos importância clinica e epidemiologica, visando obter conhecimento necessario para se adotarem medidas preventivas. O objetivo desse estudo foi verificar a tendencia temporal e a distribuicao da mortalidade infantil por malformacao congenita em Mato Grosso-MT, no periodo de 2007 a 2016. Trata-se de um estudo ecologico, com dados dos sistemas de informacao sobre nascido vivo (Sinasc) e mortalidade (SIM), fornecidos pela Secretaria Estadual de Saude de Mato Grosso. Foram calculados os indicadores referentes as taxas de mortalidade infantil e mortalidade proporcional, ambos, por malformacao congenita.  A regressao polinomial foi utilizada para analise da serie temporal e a regressao de join point foi empregada para o calculo da variacao percentual anual (APC). Tambem foi utilizado o sistema de informacao geografico (QGIS 2.18) para analise espacial da mortalidade proporcional por malformacao congenita nas dezesseis regioes de saude do Estado. Entre 2007 a 2016 foram identificados 7.732 obitos em menores de um ano em MT, dos quais 1.622 ocorreram por malformacao congenita, sendo as principais causas relacionadas as malformacoes nao especificadas do coracao (13,7%), a anencefalia (4,7%) e a gastrosquise (4,2%). O crescimento anual da proporcao da mortalidade infantil por malformacao congenita foi estimado em 2,86% com tendencia crescente (p=0,02). No entanto a TMI por malformacao congenita manteve-se estacionaria no mesmo periodo (APC: 0,82%; p=0,30). Foram encontrados dois aglomerados da mortalidade proporcional por malformacoes congenitas, um na macrorregiao Centro-Oeste que compreende as regioes de saude da Baixada Cuiabana, Centro Norte, Medio Norte Mato-grossense, Noroeste Mato-grossense e Vale dos Arinos; e outro aglomerado, na macrorregiao Norte referente as regioes de saude Teles Pires e Vale do Peixoto. A mortalidade infantil por malformacao congenita permaneceu estacionaria no estado, porem, houve aumento dessa causa quanto a proporcao de obitos em menores de um ano de vida no mesmo periodo. Essa diferenca nas tendencias entre os indicadores pode estar relacionada a varios fatores dentre eles as iniquidades regionais em saude quanto a cobertura dos sistemas de informacoes e da forma como esta organizada a rede de atencao a saude materno infantil no estado. Algumas acoes de prevencao podem contribuir para reducao dos obitos infantis por malformacoes congenitas em Mato Grosso, dentre eles as acoes de promocao a saude com aumento da cobertura vacinal, garantia de consultas pre-natal, para identificar possiveis riscos teratogenos, e de exames especificos, quando sao necessarios a identificacao precoce de defeitos congenitos. Outra acao importante que envolve a vigilância em saude diz respeito a posicao que o estado ocupa no consumo de agrotoxicos, sendo este um importante fator de risco para as morbimortalidades por malformacoes congenitas.
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