Avaliação do potencial genotóxico em espécimes de Astyanax altiparanae (PISCES, Characidae) submetidos ao hormônio 17?- estradiol

2018 
Nas ultimas decadas o interesse dos pesquisadores tem se despertado para contaminacao ambiental, os quais oferecem risco a saude humana, mesmo em baixas concentracoes. Dentre estes contaminantes destacam-se micropoluentes como os disruptores endocrinos, caracterizados como substâncias quimicas que promovem alteracoes no sistema endocrino humano. Estas substâncias sao capazes de se acumular no solo e sedimentos dos rios, acumulando-se na cadeia alimentar, se ligando a receptores endocrinos e promovendo alteracoes na sintese, secrecao, metabolismo e/ou acao hormonais. Estudos demonstram que a exposicao de peixes ao 17?-estradiol (E2), induz a feminilizacao, producao de vitelogenese em machos, reducao do indice gonado-somatico e  inibicao do crescimento testicular. Diante disso, o presente estudo tem por objetivo avaliar os possiveis danos geneticos, utilizando a citogenetica (testes de aberracoes cromossomicas e do micronucleo), bem como, analise de alteracoes morfologicas nucleares em especimes de Astyanax altiparanae expostos ao hormonio E2. Os testes foram realizados em 20 especimes de A. altiparanae, os quais, inicialmente, foram mantidos em aquarios com agua declorada, aeracao e temperatura ambiente, por aproximadamente 10 dias. Apos esse periodo, os peixes foram distribuidos em 4 grupos/aquarios (10L de agua), sendo colocados 05 individuos em cada um; grupo 1 foi estabelecido como controle negativo contendo somente agua e nos demais (2,3 e 4) foram adicionadas solucoes do hormonio 17?-estradiol obtido pelo farmaco Natifa® (estradiol 1mg). A concentracao usada do hormonio foi 600 ng/L e os animais dos grupos 2,3 e 4 foram monitorados durante 24, 48 e 96h, respectivamente. Em um total de 45 metafases obtidas encontrou-se tres alteracoes cromossomicas, sendo 3 gaps cromatidicos, dois em um mesmo individuo do grupo 4 (96h) envolvendo cromossomos distintos e o outro do grupo 1 (controle). No teste de micronucleo e da analise morfologica nuclear, foram contadas 2000 celulas/individuo totalizando 40.000 celulas analisadas. A frequencia de micronucleos deu-se em 0,085% do total das celulas visualizadas, com maior incidencia no grupo 3, 48h (0,4%) as alteracoes morfologicas nucleares ocorreram com maior frequencia no grupo 2 (0,165%). Esses dados sugerem a principio, um efeito genotoxico do hormonio E2, contudo as analises deverao ser complementadas com outras concentracoes.
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