ANÁLISE DO POTENCIAL DA LECTINA CAULERPA CUPRESSOIDES NAS DESORDENS NEUROCOMPORTAMENTAIS

As algas marinhas sao fontes de produtos naturais, como as lectinas, proteinas ou glicoproteinas que apresentam afinidade por acucares especificos, as quais apresentam funcoes biologicas importantes, incluindo o controle da dor e inflamacao, despertando, assim, o interesse nas aplicacoes farmacologicas. No entanto, no que se refere aos disturbios comportamentais do sistema nervoso central, como a depressao e a ansiedade, poucos sao os relatos relacionados as lectinas. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi analisar o potencial da lectina da alga marinha verde Caulerpa cupressoides (LCc) nas desordens comportamentais do sistema nervoso central em camundongos. Camundongos Swiss machos (25-32 g, n=10) foram pre-tratados com o LCc (0,1, 1 ou 10 mg/kg; i.v). Apos 30 min do tratamento, os animais foram submetidos aos testes de nado forcado (TeNF), campo aberto (TCA), placa perfurada e cruz elevada. Para avaliar a importância do dominio lectinico da referida lectina no seu efeito antidepressivo, LCc (1 mg/kg) foi incubada com seu acucar inibidor mucina (10 mg/kg; i.v.) durante 12 h a 37 oC. O tratamento com LCc (0,1; 1 e 10 mg/kg) no TeNF, reduziu (p<0,05) o tempo de imobilidade dos camundongos em 62, 62 e 60%, respectivamente, quando comparado ao grupo controle. O acucar inibidor mucina nao foi capaz de inibir o efeito antidepressivo-simile. Com relacao a atividade locomotora, a LCc nao alterou o numero de cruzamento no TCA em nenhuma das doses analisadas, sugerindo que essa proteina nao interfere na locomocao do animal. Nos testes da placa perfurada e cruz elevada, LCc nao alterou o numero de Head dips e a porcentagem de entrada no braco aberto, respectivamente, revelando que essa proteina provavelmente nao tem um efeito ansiolitico. Dessa forma, concluimos que a lectina da alga marinha verde Caulerpa cupressoides possui efeito antidepressivo-simile nao dependente do dominio lectinico, alem de nao atuar na ansiedade e nao alterar a atividade locomotora do animal.