Tamanho amostral de plantas em parcelas de algodoeiro na avaliação da severidade da mancha de ramulária

2019 
A mancha de ramularia, causada pelo fungo Ramularia areola e uma doenca foliar de ocorrencia generalizada no Cerrado Brasileiro comprometendo tanto a produtividade quanto a qualidade da fibra. O controle quimico e a principal estrategia adotada pelos produtores para evitar perdas economicas. Esforcos na busca de cultivares geneticamente resistentes tambem sao realizados e, nesse sentido, estudos sobre o controle genetico do carater e procedimentos experimentais adequados sao de grande importância. Esse trabalho teve por objetivo avaliar diferentes tamanhos amostrais de plantas de algodoeiro, visando uma otimizacao experimental na avaliacao da severidade da doenca. Para isso, um cruzamento biparental com genitores contrastantes para severidade da doenca, BRS 372 (resistente) e Coodetec 408 (susceptivel) foi utilizado, com cruzamentos, autofecundacao da geracao F1, e 189 plantas F2 conduzidas em condicoes controladas em casa de vegetacao e em cultivos subsequentes. As 189 progenies F2:3 foram conduzidas a campo na safra 2016/2017, em blocos aumentados de Federer, tendo por testemunhas as cultivares BRS 371 RF (resistente) e BRS 368 RF (susceptivel). Utilizou-se uma escala de notas de 1 a 5 para se mensurar a severidade da doenca, sendo o 1 correspondente a resposta fenotipica completamente resistente e o 5 a susceptibilidade completa. Aos 116 dias, 20 plantas em cada parcela foram avaliadas individualmente conforme a escala de notas. A partir de uma rotina desenvolvida no programa R foram simulados tamanhos amostrais considerando 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16 e 18 plantas por parcela, realizando-se mil simulacoes para cada um deles, em que as plantas eram tomadas aletoriamente em cada parcela em cada simulacao, conforme o tamanho amostral desejado. O valor da severidade em cada parcela foi assumido como a media dos valores dos escores das plantas amostradas em cada simulacao. Os efeitos de blocos e progenies foram assumidos como aleatorios. Em cada simulacao foram obtidas estimativas dos seguintes parâmetros: media, variância genetica (VG), variância do erro (VE), variância de blocos, herdabilidade ao nivel de parcela (h2). Para cada tamanho amostral foram tomadas estatisticas descritivas das estimativas dos parâmetros considerando as mil simulacoes: media, mediana, desvio padrao, quantis 2,5% - q(2,5%) - e 97,5% - q(97,5%), esses dois ultimos como os limites bilaterais para 95% dos valores reamostrados. Em todos os tamanhos amostrais o escore medio das simulacoes foi de 2,2, com pouca variacao. Para a VG os valores medios tambem foram similares, variando de 0,30, com uma planta, a 0,34 para amostragens superiores a 12 plantas; contudo os q(2,5%) e q(97,5%) foram 0,17 e 0,44 com uma planta por amostra, e 0,33 e 0,35 para 18 plantas por parcela, indicando como esperado aumento na precisao da estimativa com o aumento do numero de plantas. A VE e a h2 foram os parâmetros mais afetados pelo tamanho amostral. A h2 de referencia, quando todas as plantas avaliadas foram consideradas na analise, foi 0,69 e 0,37 quando 1 planta foi amostrada; com 6 plantas amostradas foi de 0,62, com q(2,5%) e q(97,5%) iguais a 0,53 e 0,70. Os valores de q(97,5%) para a h2 foram identicos para tamanhos amostrais superiores a 6 plantas/parcela. Considerando-se todas as informacoes, recomenda-se o uso de pelo menos 6 planta/parcela para uma avaliacao segura da severidade de ramularia.
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