Saberes indígenas na universidade: reflexões sobre as implicações da presença de um grupo de professores Tikmũ'ũn-Maxakali na UFMG

2017 
Com o fim de desenhar horizontes de trabalho conjunto e politicas de interesse comuns em parceria com os povos indigenas, vem se constituindo, ao longo desses anos, praticas de convivencia entre diferentes regimes cosmologicos no contexto academico da Universidade Federal de Minas Gerais. Em particular, com a implementacao de duas diversas acoes formativas – o programa Saberes Indigenas na Escola (SIE) e o Curso de Formacao Intercultural de Educadores Indigenas (FIEI) – houve, nos ultimos anos, um incremento significativo da presenca de um grupo de professores Tikmũ'ũn-Maxakali na universidade. Esta experiencia, que levou os participantes indigenas e nao indigenas a ocuparem outros lugares e experimentar outras formas de conhecimento, evidenciou uma serie de implicacoes relativas a um “encontro entre saberes” que confronta regimes cosmologicos divergentes, agencias humanas e nao humanos, formatos da ciencia moderna e praticas de conhecimentos “tradicionais”. As atividades realizadas ao longo desses projetos, revelam, nesse sentido, uma certa ineficacia das propostas politico-pedagogicas de “transversalidade” que orientam a pratica. A centralidade do registro escrito, eleito como criterio de validacao dos saberes “diferenciados”, se torna um eixo crucial que esse trabalho pretende problematizar a partir de uma breve apresentacao da especificidade cosmologica e sociolinguistica do povo Tikmũ'ũn-Maxakali, e das reflexoes ligadas ao conceito de “cosmopolitica”, proposto por Isabelle Stengers.
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