A saúde no contexto de uma reserva de desenvolvimento sustentável: o caso de Mamirauá, na Amazônia Brasileira

2018 
Resumo O objetivo deste artigo e analisar as condicoes de vida e saude de ribeirinhos de oito comunidades da Reserva Mamiraua, a partir da categoria de analise da Reproducao Social de Juan Samaja. Seu metodo e descritivo, e foram utilizados questionario estruturado, observacao direta e analise documental. A pesquisa identificou baixo envolvimento dos ribeirinhos em relacao ao controle social e ao apoio comunitario, o que indica problemas na interacao biocomunal e politica. O atendimento as demandas sociais esta organizado de forma conflituosa, uma vez que varias instituicoes que atuam nesse territorio nao se articulam. A interacao da dimensao politica com a tecnoeconomica apresentou Razao de Prevalencia <1,0 nas comunidades em que o Instituto Mamiraua promoveu maior diversificacao das atividades. Contudo, os rendimentos para subsistencia sofrem forte variacao e nao alcancam a soma de 1 salario minimo em 60,6% das familias. Foram observadas elevadas frequencias em queixas de saude (78,8%) e acidentes de trabalho (70,9%) e, quanto a avaliacao dos servicos, 54 % dos ribeirinhos deram nota inferior a 2 pontos. Concluimos que os processos sociais que determinam as situacoes de saude dos ribeirinhos de Mamiraua sao oriundos da estrutura de poder configurada pelas praticas territorializadas das politicas ambiental e indigena, e pelos programas de saude publica, cuja sobreposicao tem produzido interacoes conflituosas no que diz respeito as competencias e responsabilidades com a atencao a saude. O apoio a cogestao da Reserva foi pontual e, dessa forma, pouco alterou os resultados danosos dessa estrutura social sobre os grupos mais vulneraveis.
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