Notícias da guerra na correspondência de Mário de Sá-Carneiro

2016 
Vivendo em Paris desde 1912, Mario de Sa-Carneiro assiste, angustiado, ao eclodir da Guerra de 1914-1918. A sua correspondencia para os amigos Fernando Pessoa e Jose Pacheco nao transmite, porem, noticias sobre a evolucao das operacoes militares ou analises criticas das causas e circunstâncias do conflito. Aquilo que verdadeiramente interessa ao poeta e dar conta da transformacao sofrida pela sua cidade-outrora-luz e a inevitabilidade de ter de abandonar, temporariamente que seja, o lugar onde a sua arte encontra a materia-prima e o seu talento bebe a verdadeira «inspiracao». Em Sa-Carneiro, a arte e a vida mutuamente se contaminam, mas o artista impoe-se sempre ao homem. Por isso as suas cartas sao, em grande medida, fragmentos ou paginas de literatura, nas quais sobressai uma visao transfigurada e muito pessoal da guerra e, sobretudo, do seu «Paris da guerra», a cidade agora sombria, desolada e desoladora, com a qual intimamente se identifica.
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