Compreensões Probabilísticas de Crianças Brasileiras e Portuguesas Acerca de Justiça em Jogos

2021 
ResumoFrequentes dificuldades na compreensao probabilistica exigem que se identifiquem crencas intuitivas das criancas para apoiar a promocao pedagogica dessas aprendizagens. O presente estudo versa analisar as compreensoes de criancas brasileiras e portuguesas acerca de justica em jogos, considerando demandas cognitivas da probabilidade referentes a aleatoriedade, ao espaco amostral e a comparacao de probabilidades. A pesquisa envolveu a analise de seis jogos e foi realizada por meio de uma entrevista clinica com 15 criancas brasileiras e 15 portuguesas, com media de idade de 11 anos. Os resultados revelam que as criancas apresentaram facilidade em avaliar um jogo injusto quando envolvia aleatorizadores viciados e em perceber a justica num jogo cujas regras mantinham equilibrio, permitindo que houvesse chances iguais para os jogadores. No entanto, observou-se que apresentaram incompreensoes acerca da independencia de eventos, conduzindo a avaliacoes equivocadas sobre a justica em jogos. Nenhuma crianca conseguiu apresentar justificativa coerente quando necessario comparar probabilidades considerando eventos de espacos amostrais distintos. Tambem nao conseguiram utilizar o raciocinio proporcional, e, portanto, nao avaliaram corretamente a justica nesses jogos. Finalmente, os resultados nao apontam para diferencas substanciais nas compreensoes dos dois grupos estudados. So em termos de linguagem, as expressoes mais utilizadas nas justificativas por ambos os grupos foi ‘chance’, mas as criancas brasileiras usaram mais a ‘sorte’ e as portuguesas os termos ‘possibilidade’ e ‘probabilidade’. Estes resultados implicam a necessidade de viabilizar acoes pedagogicas interventivas realizadas com o apoio de jogos que se configuram num importante recurso para o redimensionamento das aprendizagens probabilisticas. Palavras-chave: Aleatoriedade. Espaco Amostral. Comparacao de Probabilidades. Justica em Jogos. Criancas. AbstractFrequent difficulties in probabilistic understanding require the identification of children's intuitive beliefs to support the pedagogical promotion of these learnings. The present study focuses on analyzing Brazilian and Portuguese children understandings about fairness in games, considering cognitive demands of probability regarding randomness, sample space and comparison of probabilities. The research involved the analysis of six games and was carried out through a clinical interview with 15 Brazilian and 15 Portuguese children, with an average age of 11 years. The results reveal that the children were able to evaluate an unfair game when it involved addicted randomizers and to perceive justice in a game whose rules maintained balance, allowing the players to have equal chances. However, it was observed that they presented misunderstandings about the independence of events, leading to mistaken assessments of fairness in games. No child was able to present a coherent justification when there was a need to compare probabilities considering events from different sample spaces. They were also unable to use proportional reasoning, and therefore did not correctly assess justice in these games. Finally, the results do not point to substantial differences in the understandings of the two groups studied. Only in the language, the most used expressions in the justifications by both groups was ‘chance’, although Brazilian children used more ‘luck’ and Portuguese used ‘possibility’ and ‘probability’. These results imply the need to make feasible interventional pedagogical actions carried out with the support of games which are an important resource for the resizing of probabilistic learning. Keywords: Randomness. Sample Space. Comparison of Probabilities. Fairness in Games. Children.
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