Os topónimos das ilhas atlânticas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na história da Paleontologia

2021 
espanolO recurso a toponimos locais e de uso frequente na descricao cientifica de novas especies. Numa perspetiva historica da taxonomia paleontologica, estes enriquecem substancialmente a nomenclatura existente e permitem contextualizacoes geograficas mais efetivas. Desde meados do seculo XIX, os Acores, Madeira e Cabo Verde foram visitados por muitos naturalistas, os quais descreveram floras e faunas atuais e fosseis, usando frequentemente a toponimia local. Dai resultou, sobretudo, a descricao de mais de 60 novos taxones de invertebrados fosseis (ou “subfosseis”) do Cretacico Inferior ao Holocenico, para alem de quatro vegetais, um cocolitoforideo e um icnofossil, a partir de toponimos das ilhas atlânticas da Macaronesia da CPLP (Comunidade dos Paises de Lingua Portuguesa). Os mais utilizados foram Porto Santo (Madeira) (9), Madeira (6), Acores (6), Santa Maria (Acores) (5) e Cabo Verde (6), mas outros existem ligados a designacoes locais, como povoacoes e geoformas. Dado que muitos outros toponimos tambem tem servido para especies atuais dos mesmos arquipelagos, incluindo Sao Tome e Principe, e que as associacoes paleontologicas dos depositos destas ilhas ainda carecem, em grande medida, de estudos aprofundados, e natural que parte destes taxones ainda venham a ser encontrados em novas jazidas, enriquecendo a presente lista. E interessante notar, tambem, que alguns dos nomes adotados nao cumprem as regras do ICNZ (International Code of Zoological Nomenclature - Codigo Internacional de Nomenclatura Zoologica), necessitando de futura revisao. EnglishThe use of local toponyms is common practice in the scientific description of new species. In a historical perspective of palaeontological taxonomy, this use of toponyms substantially enriches the existing nomenclature and allows for a more effective geographical contextualization. Since the mid-XIX century, many naturalists have visited the Azores, Madeira and Cape Verde islands in order to describe their recent and fossil floras and faunas, often using the local toponymy. This resulted, most importantly, in the description of more than sixty new taxa of Lower Cretaceous to Holocene invertebrate fossils (or “subfossils”), in addition to four plants, one cocolithophorid and one ichnofossil, using toponyms from the CPLP (Community of Portuguese Speaking Countries) Atlantic islands of Macaronesia. The most used were Porto Santo (Madeira) (9), Madeira (6), Azores (6), Santa Maria (Azores) (5) and Cape Verde (6), but others exist linked to local designations, such as settlements and geoforms. Given that many other toponyms have also been used for recent species from the same archipelagos, including Sao Tome and Principe, and that many palaeontological associations preserved in deposits from these islands require more in-depth studies, it is foreseeable that part of these taxa may still be found in new sites, enriching the present list. It is also interesting to note that some of the adopted names do not fully comply with the rules of the ICZN (International Code of Zoological Nomenclature), meaning that a future review is essential.
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