Consumo alimentar em portadores de doença renal crônica em tratamentos conservador: carga ácida da dieta e grau de processamento dos alimentos

2019 
A perda progressiva da funcao renal leva a uma incapacidade dos rins em eliminarem residuos nitrogenados, regular o balanco de liquidos, produzir o hormonio eritropoietina e manter o equilibrio de eletrolitos e acido-base. O consumo alimentar esta envolvido na acidose metabolica devido a absorcao de acidos e bases derivadas dos alimentos. A dieta ocidental, vem ganhando espaco em paises em desenvolvimento como o Brasil e caracteriza-se pelo consumo de alimentos de origem animal, produtos industrializados e baixa ingestao de frutas, verduras e legumes. Esse padrao de consumo alimentar correlaciona-se fortemente com a formacao de precursores acidos no organismo, perturbando o equilibrio acido-base e predispondo o desenvolvimento de acidose metabolica e outras comorbidades associadas a DRC doenca renal cronica (DRC). Alem disso, o consumo elevado de alimentos ultraprocessados vem sendo associado com maior risco de mortalidade. Objetivos: Avaliar o consumo alimentar de portadores de doenca renal cronica pela carga acida da dieta e o grau de processamento dos alimentos. Metodologia: Estudo epidemiologico, de delineamento transversal, incluindo portadores de DRC nos estagios 3 a 5. Foram obtidos dados socioeconomicos (idade, sexo e escolaridade), clinicos, antropometricos (peso, altura, perimetro da cintura e composicao corporal por bioimpedância bipolar e tetrapolar) e do consumo alimentar pelo R24h recordatorio alimentar de 24 horas (R24h) e o questionario de frequencia alimentar (QFA). Para avaliacao da ingestao de macronutrientes e micronutrientes, foi utilizado o software DIET PRO versao 5.0 e para o ajuste da ingestao usual o Multiple Source Method (MSM). Posteriormente, foi utilizado a equacao do potencial de carga acida renal (PRAL) para calcular a carga acida dieta, ja na avaliacao do consumo por grau e processamento, foram divididos os seguintes grupos: alimentos in natura, minimamente processados e ingredientes culinarios (G1), alimentos processados (G2) e alimentos ultraprocessados (G3). Resultados: Avaliou-se 176 individuos, onde, 55,7% eram do sexo masculino, 60,2 % estavam do estagio 3 da DRC, 44,3% possuiam DM e HAS, com idade media de 69,5 ± 11,1 anos, 80,7% eram idosos, 77,3% eram analfabetos ou possuiam o ensino fundamental incompleto e 60,2 % estavam acima do peso. A mediana do PRAL foi de -4,43 (meq/dia) com minimo de -29,87 e maximo de 20,13. Na analise de regressao linear multipla as variaveis, ingestao usual de fibras (s= -0,68; p < 0,001) lipideos (s= 0,34; p< 0,001) e a frequencia anual do consumo de carne bovina (s= 9,51; p<0,001) influenciaram independentemente nos valores do PRAL da dieta. A inadequacao de fibras esteve presente em 96,6 %, calcio em 100%. A ingestao media de energia foi de 1183,71 kcal/dia. A participacao do consumo total de energia, do G1, foi em media 71,32%, G2 foi em media 19,22% e G3 9,46%. O consumo de calorias do G1 foi maior em homens e do G3 em adultos. Conclusao: A ingestao de fibras contribuiu numa menor producao de acidos em seu metabolismo, ja o consumo de lipidios e carne bovina contribuiram no aumento da carga acida da dieta, em portadores de DRC, em tratamento conservador. Foi encontrada uma baixa ingestao energetica diaria e o consumo de alimentos in natura, minimamente processados e ingredientes culinarios, foi superior no sexo masculino e o consumo de alimentos ultraprocessados na populacao adulta.
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