Conservação ex situ e on farm de recursos genéticos: desafios para promover sinergias e complementaridades
2016
Historicamente, o Brasil priorizou o modelo da conservacao ex situ, realizada em câmaras frias, em meio de cultura in vitro e em colecoes vivas no campo. Esse tipo de conservacao capta o momento evolutivo em que a coleta foi realizada, mas as plantas assim conservadas nao continuam a evoluir. Tal caracteristica revela parte das limitacoes desse tipo de conservacao para oferecer respostas mais rapidas em um momento de crise relacionado a mudancas ambientais, por exemplo. Atualmente, a Organizacao das Nacoes Unidas para a Alimentacao e a Agricultura (FAO) reconhece que a diversidade genetica deve ser mantida nao so nos bancos de germoplasma, como tambem nos sistemas agricolas locais, onde a participacao dos agricultores e fundamental. O Tratado Internacional sobre Recursos Fitogeneticos para a Alimentacao e a Agricultura (TIRFAA), instrumento vinculante assinado pelo Brasil em 2001, torna obrigatoria essa linha de acao e de pesquisa para o pais. Mas com implementa-la? Neste artigo, apresentaremos uma reflexao sobre as complementaridades entre os modelos de conservacao ex situ e on farm, tomando a proposta de gestao compartilhada das colecoes ex situ como exemplo do incipiente processo de construcao, no campo cientifico e institucional, de caminhos que possibilitem novas maneiras de interacao entre os agricultores tradicionais e as instituicoes de pesquisa agricola, com o objetivo de conservar nao apenas o germoplasma, mas tambem processos que geram a agrobiodiversidade.
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