Manejo de utilização da palma forrageira sobre a qualidade microbiológica, desempenho e distúrbios nutricionais em ovinos.

2019 
O objetivo neste estudo foi avaliar a proliferacao de enterobacterias, em especial da E. coli, na palma forrageira e verificar sua associacao com casos de diarreia em ovinos, alem de analisar a resposta desses animais quando submetidos a alimentacao com dietas ricas em palma, picada horas antes do fornecimento. No ensaio in vitro utilizou duas cultivares de palma forrageira (Nopalea cochenillifera Salm Dyck e Opuntia ficus-indica Mill), sendo cada cultivar picada em particulas de aproximadamente 4 cm2 e 2 cm2 e alocadas em ambiente controlado por ate 24 horas. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC) em um arranjo fatorial 2 x 2 x 4, sendo 2 variedades, 2 tamanhos de particulas e 4 horarios de avaliacao (0, 6, 12 e 24 horas apos o corte). As variaveis analisadas foram: temperatura interna e externa, acidos graxos de cadeia curta (AGCC) e dados de proliferacao microbiana, por meio da contagem de bacterias produtoras de acido latico (BAL), enterobacterias e Escherichia coli, numero mais provavel (NMP) de coliformes totais, testes de perfil bioquimico das colonias de E. coli. No ensaio in vivo foram utilizados 15 cordeiros, distribuidos em um DIC composto por tres tratamentos, palma forrageira processada e fornecida de imediato aos animais; palma forrageira processada oito horas antes do fornecimento aos animais e a silagem de palma, com cinco repeticoes por tratamento, compostos por 5 repeticoes. O periodo experimental total teve duracao de 31 dias, onde 10 destes foram destinados a adaptacao dos animais a dietas e instalacoes. As variaveis analisadas foram: ingestao de materia seca, ganho de peso total, escore fecal, variaveis fisiologicas, hemograma completo e microbiologia das fezes por meio da contagem de enterobacterias em placas de Petri. Os dados foram submetidos a analise de variância (ANOVA), quando significativos (P < 0,05), as diferencas entre medias analisadas pelos testes t-Student e Tukey, considerando 5% de probabilidade. No ensaio in vitro, foi possivel observar maior temperatura interna do material avaliado, quando as variedades foram submetidos a um tamanho de particula menor (2 cm2), ja os AGCC apresentaram aumento ate as 12 horas apos picado, reduzindo as 24 horas. Foi possivel maior contagem de enterobacterias e BAL, tanto as 12 e 24 horas apos o picagem da palma com a particula de 2 cm2, nas duas variedades de palma. No entanto, a maior numero de BAL detectada foi as 6 horas (4,65 UFC/g) e 12 horas (5, 05 UFC/g). A hemoglobina dos animais variou do primeiro dia (86,73 g/dL) para o 21o dia (77,26 g/dL), contudo, o volume globular variavel xiv mais importante nao apresentou efeito significativo. Os ovinos alimentados com a palma picada oito horas antes do fornecimento apresentaram maior contagem de enterobacterias nas fezes no 21o dia da coleta (8,48 UFC/g), enquanto que os animais alimentados com a silagem tiveram menor numero (4,95 UFC/g). Dentre as enterobacterias isoladas nas fezes, foi confirmada a presenca de E. coli, atraves do teste do perfil bioquimico, resultado esperado, pois estes sao organismos comuns do trato gastrointestinal. Assim, pode-se concluir que forma de manejo da palma forrageira influencia o desenvolvimento de coliformes totais e fecais, especialmente quando picada a 2 cm2 e expostas ao ambiente por periodos maiores que sete horas, podendo a populacao bacteriana ser controlada com a utilizacao da palma na forma de silagem.
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