Uso clínico do inventário alimentar para identificação do sub relato materno sobre ingestão alimentar em crianças: experiência de centro de referência brasileiro

2018 
EnglishBackground: Feeding Difficulties (FD) are a common problem in childhood, and dietary assessments are extremely important to evaluate food consumption and selectivity patterns. In clinical practice, it is often observed that caregivers have an exacerbated perception of the severity of their children’s FD and this may impact on dietary reports. Objectives: To compare the variety of foods consumed by children with FD under maternal perception to the evaluation performed by nutritionist using a food inventory in association with traditional methods. Methods: It is a cross sectional study with 119 motherchildren pairs, with complaints of FD followed at an outpatient service in Sao Paulo, Brazil. Data collected consisted of demographics, maternal caregiving style, responsibility over feeding the child, perception of children’s feeding diversity (expressed in numbers, taken from a self-explanatory food inventory), presence of organic disease, type of FD, BMI Zscore, and actual repertoire of foods consumed (expressed in numbers, assessed by the nutritionist after evaluating the food inventory). The inventory provided information about the food items the child accepts without rejection, used to accept but now rejects, and completely rejects. Spearman correlation and Lynn’s coefficient of variation, ANOVA and T-student tests were used, with a 5% significance level. Results and discussion: Overall food diversity ranged from 16 (p25%) to 30 (p75%) different types of foods. Maternal perceived food diversity ranged from 4,3 to 14,5 (p25-75). Around 23,7% of children were considered highly selective (less than 15 types of foods) (p=0,000). Maternal perception underestimated that assessed by the nutritionist in 2,2 times, with low reproducibility between these two variables (r=0,14). Both maternal perception and professional assessment did not vary according to age, organic comorbidities, gender, maternal parity, feeding style or responsibility over feeding routines (p>0,49). Findings enhance the importance of parental behavioral interventions and of the use of dietary research methodologies which are complementary to already validated strategies. Conclusions: There was maternal underestimation on the quantity of foods accepted by children with FD. The data reinforce the need for family orientation about the expectations regarding the feeding practices and preferences of their children. portuguesIntroducao: As dificuldades alimentares (DA) sao um problema comum na infância, e a avaliacao dietetica e extremamente importante para avaliar o consumo de alimentos e os padroes de seletividade. Na pratica clinica, muitas vezes observa- se que os cuidadores tem percepcao exacerbada da gravidade da DA de seus filhos, e isso pode afetar os relatos alimentares. Objetivos: comparar a variedade de alimentos consumidos por criancas com DA sob percepcao materna a avaliacao realizada por nutricionista, usando um inventario de alimentos em associacao com metodos tradicionais. Metodos: Estudo transversal com 119 pares de mae-filho, com queixas de DA atendidos em ambulatorio em Sao Paulo, Brasil. Coletou-se dados demograficos, estilo parental materno, responsabilidade sobre a alimentacao da crianca, percepcao da diversidade de alimentacao das criancas (expressa em numeros, extraida de inventario de alimentos auto-preenchido), presenca de doenca orgânica, tipo de DA, IMC escorez, e repertorio real de alimentos consumidos (expresso em numeros, avaliado pelo nutricionista depois de avaliar o inventario de alimentos). O inventario forneceu informacoes sobre alimentos que a crianca aceita sem rejeicao, costumava aceitar, mas agora rejeita, e rejeita completamente. Utilizouse correlacao de Spearman e coeficiente de variacao de Lynn, ANOVA e Teste T-student, com nivel de significância de 5%. Resultados e discussao: a diversidade geral de alimentos variou de 16 (p25%) a 30 (p75%) tipos de alimentos. A percepcao materna variou de 4,3 a 14,5 (p25-75). Cerca de 23,7% das criancas foram consideradas altamente seletivas (menos de 15 tipos de alimentos) (p = 0,000). A percepcao materna subestimou a avaliacao do nutricionista em 2,2 vezes, com baixa reprodutibilidade entre as duas variaveis (r = 0,14). Tanto a percepcao materna como a avaliacao profissional nao variaram de acordo com a idade, comorbidades orgânicas, genero, paridade materna, estilo parental ou responsabilidade sobre as rotinas de alimentacao (p> 0,49). Os achados reforcam a importância das intervencoes comportamentais com os pais e do uso de metodologias de investigacao dietetica complementares as estrategias ja validadas. Conclusoes: houve subestimacao materna sobre a quantidade de alimentos aceitos por criancas com DA. Os dados reforcam a necessidade de orientacao familiar sobre as expectativas quanto as praticas de alimentacao e preferencias de seus filhos.
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