Comportamentos de risco à saúde geral e bucal em adolescentes no Brasil: distribuição temporal, desigualdades socioeconômicas, padrões de agrupamentos e fatores associados

2017 
Esta tese tem como foco os comportamentos de risco a saude geral e bucal em adolescentes brasileiros. Tais comportamentos constituem as principais causas de morbimortalidade na populacao mundial, com frequencia se iniciam na adolescencia e tem continuidade na vida adulta. As doencas bucais, como o câncer, a carie dentaria e as doencas periodontais compartilham fatores comportamentais que contribuem para as principais doencas e agravos nao transmissiveis. No entanto, ainda nao ha evidencia acerca da distribuicao temporal e desigualdades socioeconomicas dos comportamentos de risco a saude bucal em adolescentes brasileiros, bem como dos padroes de agrupamento com outros comportamentos e fatores associados. O objetivo do presente estudo foi analisar comportamentos de risco a saude bucal em adolescentes brasileiros com base na Pesquisa Nacional de Saude do Escolar (PeNSE) em relacao a: a) distribuicao temporal e desigualdades socioeconomicas, e b) padroes de agrupamentos com outros comportamentos em saude e fatores associados. A primeira abordagem e apresentada em um artigo original acerca da evolucao de comportamentos em saude bucal em adolescentes das capitais brasileiras em relacao as desigualdades da escolaridade materna. Para isso, foram utilizados os dados das edicoes de 2009 e 2012 da PeNSE, inquerito que investiga os fatores de risco e protecao a saude de adolescentes escolares brasileiros. Os resultados mostraram: aumento da proporcao de adolescentes com baixa frequencia de escovacao dentaria e diminuicao no consumo de guloseimas, refrigerantes e experimentacao de cigarros no periodo. Em escolas privadas, verificou-se maior prevalencia de consumo de refrigerantes e experimentacao de cigarros para os adolescentes com maes de maior escolaridade; enquanto que em escolas publicas, verificou-se maior prevalencia de consumo de refrigerantes para os adolescentes com maes de menor escolaridade e maior experimentacao de cigarros para aqueles com maes de maior escolaridade; alem de ausencia de desigualdade para frequencia de escovacao e consumo de guloseimas nos dois tipos de escola. A segunda abordagem e apresentada em dois artigos originais que descreveram os padroes de agrupamentos entre comportamentos de risco a saude geral e bucal em adolescentes brasileiros e identificaram fatores associados. Para essas analises, foram utilizados dados da PeNSE do ano de 2012, representativos do pais, das regioes e das capitais. Destacam-se os seguintes achados: a) os comportamentos de risco a saude geral e bucal associaram-se entre si e agruparam-se em dois padroes especificos; um cluster reuniu uma combinacao de falta de adesao a condutas preventivas e adocao de praticas de risco, enquanto o outro representou um estilo de vida nao saudavel; e b) a chance de apresentar dois ou mais comportamentos de risco foi maior para adolescentes sem supervisao familiar dos deveres de casa, de escolas publicas, do sexo masculino, de menor escolaridade materna e de menor afluencia familiar. Concluiu-se que os comportamentos de risco a saude bucal apresentaram mudancas em sua distribuicao no periodo investigado, porem nao relacionadas as desigualdades de escolaridade materna; agruparam-se com outros comportamentos em saude e estiveram associados a fatores sociodemograficos e do contexto familiar em adolescentes brasileiros. Intervencoes que busquem reduzir os comportamentos de risco em saude em adolescentes devem priorizar os grupos mais vulneraveis identificados e, preferencialmente, empregar a abordagem dos fatores de risco comuns.
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