INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO PRESERVADA NO IDOSO: COMO CONDUZIR?

2020 
Introducao: A insuficiencia cardiaca com fracao de ejecao preservada (ICFEP) e uma sindrome multifatorial que tem aumentado a sua prevalencia na populacao geriatrica.¹ A ICFEP representa cerca de 50% das insuficiencias cardiacas e, apesar da introducao das medidas farmacologicas, a sobrevida dos pacientes permanecem em cerca de 5 anos.² A ICFEP e uma patologia que e frequentemente considerada uma causa de hospitalizacao e de consumo de recursos significativos, principalmente para idosos, apresentando baixa qualidade de vida e reducao da aptidao fisica, logo, necessitando do controle efetivo dos sinais e sintomas.³ O presente artigo tem como objetivo realizar uma revisao na literatura, destacando as condutas terapeuticas necessarias em relacao a ICFEP em idosos que possam aumentar a qualidade de vida e o prognostico. Metodologia : Foi realizada uma revisao bibliografica com bases de dados do PubMed, LILACS e Scielo. Os termos usados na busca foram baseados nos descritores em Ciencia da Saude (DECS): insuficiencia cardiaca no idoso; fracao de ejecao preservada. Foram selecionados  estudos  cientificos  nos  idiomas portugues e ingles nos periodos de 2016 a 2020, somando-se 12 artigos. Resultados e discussao: A ICFEP e definida pela falencia da funcao do miocardio sem alterar a fracao que e ejetada para a circulacao sistemica, ou seja, e uma disfuncao diastolica secundaria ao comprometimento do relaxamento do ventriculo caracterizada pela remodelagem concentrica, causando um declinio funcional e a reducao da qualidade de vida nos pacientes, classificando a ICFEP como uma nova sindrome geriatrica.4 Atualmente, ainda nao existem evidencias e estudos que especificam a identificacao de tratamentos que melhorem diretamente o prognostico da ICFEP, uma vez que se trata de uma doenca com alta relevância clinica e epidemiologica, sendo a melhor conduta adotada na pratica clinica o uso de medicamentos que diminuem a sintomatologia presente, por meio de diureticos, antagonistas dos mineralocorticoides e beta-bloqueadores, alem das modificacoes no estilo de vida, como a perda de peso e atividades fisicas regulares. Outras estrategias que sao relatadas baseiam-se no controle da pressao arterial sistemica para previnir descompensacoes e hipertrofia ventricular, e na manutencao da frequencia cardiaca afim de evitar a reducao do tempo diastolico, ademais, o controle do ritmo sinusal e indicado tambem, uma vez que a disfuncao diastolica ao longo dos anos pode levar ao remodelamento atrial e, consequentemente, a fibrilacao atrial.5 E recomendado que nos pacientes geriatricos a conduta seja cautelosa, iniciando com uma classe de drogas e, posteriormente, adicionando outras classes se necessario, ademais, nao ha evidencias de beneficios em atingir a dose alvo de cada classe.6 Notoriamente, as multiplas comorbidades e fatores precipitantes relacionados a ICFEP devem ser controladas, como a pressao arterial sistemica e fibrilacoes atriais, afim de alcancar melhores resultados. Ademais, devido aos diversos mecanismos relatados que podem ser considerados como causadores da ICFEP, o tratamento e empirico, individualizado e multifatorial.7  Conclusao: Conclui-se que a ICFEP tem estado cada vez mais presente na populacao geriatrica, diminuindo a qualidade de vida e a capacidade funcional dos pacientes. Alem disso, a conduta atualmente se baseia em aliviar a sintomatologia congestiva e controlar as outras comorbidades presentes, uma vez que ainda nao exista uma terapia que tenha grandes efeitos no prognostico.
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