PANORAMA DO CÂNCER EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES SOB A PERSPECTIVA DA SAÚDE COLETIVA

2017 
A assistencia a saude da crianca e do adolescente necessita contemplar as particularidades e caracteristicas intrinsecas a essa fase da vida. Os cânceres que acometem criancas e adolescentes tem fatores de riscos e caracteristicas que diferem daqueles que acometem a populacao adulta. No Brasil, pouco se conhece a respeito da magnitude das neoplasias no universo infanto-juvenil, bem como as caracteristicas da populacao acometida. Objetivou-se estudar o panorama do câncer em criancas e adolescentes sob a perspectiva da Saude Coletiva e, neste âmbito, apontar ferramentas de monitoramento; conhecer as dificuldades e percepcoes dos profissionais de saude que atuam na atencao basica, em relacao a suspeita e ao diagnostico de câncer em criancas; e analisar os padroes de distribuicao espacial das incidencias e sobrevivencias de criancas diagnosticadas com neoplasias. Para atender aos objetivos foram utilizados metodos qualitativos e quantitativos com dados obtidos em Registros de Câncer de Base Populacional e tambem em Grupos Focais realizados com trabalhadores da Atencao Primaria a Saude. Os resultados foram apresentados em capitulos correspondentes a tres artigos. No primeiro artigo, “Câncer Infantil: Monitoramento da Informacao Atraves dos Registros de Câncer de Base Populacional RCBP”, realizou-se uma pesquisa bibliografica da incidencia de tumores raros em menores de 20 anos, em tres paises. Nesta busca, identificou--se que a primeira publicacao especifica sobre câncer em criancas e adolescentes no Brasil foi divulgada em 2008. As publicacoes do Brasil, Alemanha e Estados Unidos apresentam as informacoes com criterios heterogeneos, tanto em relacao ao modo como a incidencia e apresentada, quanto em relacao a faixa etaria adotada. No segundo trabalho, “Suspeita e Diagnostico de Câncer em Criancas e Adolescentes na Atencao Primaria a Saude”, foram identificados pontos fortes e fragilidades no que concerne ao sentimento dos profissionais; a suspeita e diagnostico na rede de cuidados primarios e a relacao dos profissionais e a familia. Em todas as categorias de profissionais, as percepcoes foram negativas com demonstracao de inseguranca em relacao ao tema na atencao basica. No terceiro estudo, “Câncer em Criancas e Adolescentes: Incidencia e Sobrevivencia no Municipio de Campinas (SP), Brasil”, os resultados apontaram taxa de incidencia global para os grupos de leucemias (Grupo I); linfomas (Grupo II); tumores do sistema nervoso central (Grupo III) e sarcomas de partes moles (Grupo IX) de 54,2 por milhao, com uma incidencia padronizada de 59,1 por milhao (Grupo I–28,8; Grupo II-11,6; Grupo III-7,5 e Grupo IX-4,3). Diferencas nos padroes espaciais nao foram encontradas. Diferencas significativas em tempos de sobrevivencia foram verificadas por grupos de diagnostico ajustados para idade e sexo (p = 0,001). Os achados deste estudo demonstraram diferentes possibilidades de abordagem do câncer infantil utilizando o saber cientifico da Epidemiologia. Conclui-se que os resultados apontaram para a necessidade de uma sistematizacao das informacoes de tumores raros na infância e na adolescencia, assim como uma inclusao do tema câncer infantil aos profissionais de saude que atuam na Atencao Primaria a Saude. A utilizacao de metodologias epidemiologicas, como analise da incidencia, uso da estatistica espacial e analises de sobrevivencia, contribuem para a construcao do panorama do câncer infantil na Saude Coletiva. Palavras-chave: Saude Coletiva. Epidemiologia. Neoplasias. Saude da Crianca. Saude do Adolescente.
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