PRINCIPAIS DOENÇAS QUE AFETAM BOVINOS LEITEIROS PERTENCENTES A AGRICULTURA FAMILIAR DIAGNOSTICADAS NO SUDOESTE DO PARANÁ, BRASIL

2017 
1. Introducao O agronegocio brasileiro contempla grande parte do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, no ano de 2015 chegou a movimentar R$1,26 trilhao, sendo que deste, R$483,5 bilhoes foram oriundos da pecuaria (ABIEC, 2016). O Parana possui uma grande producao leiteira. Destaca-se a regiao sudoeste, que por sua vez, tem a bovinocultura de leite como principal atividade, sendo a maior produtora de leite do estado, e grande parte da producao se deve a agricultura familiar. Em bovinocultura de leite tem-se grande preocupacao com relacao a sanidade dos animais, uma vez que possuem manejo diferenciado, pois sao susceptiveis a alteracoes climaticas, stress, alimentacao inadequada, entre outros fatores. Uma das melhores e mais acessiveis formas de diagnostico de doencas presentes nos rebanhos e o exame necroscopico e histopatologico, pois permite um diagnostico preciso, muitas vezes, realizados a campo e com baixos custos (PEIXOTO; BARROS. 1998). O procedimento valida os exames clinicos, legitimando ou nao diagnosticos ante mortem e a resposta do animal as terapias empregadas (PEIXOTO; BARROS. 1998). 2. Objetivo Diagnosticar as principais afeccoes que afetam bovinos leiteiros pertencentes a agricultura familiar diagnosticadas no Sudoeste do Parana, Brasil. 3. Metodologia Para a realizacao do estudo, foram efetuados exames necroscopicos, histologicos e revisao dos relatorios de necropsia de bovinos leiteiros da regiao sudoeste do Parana, pelo Laboratorio de Patologia Veterinaria da Universidade Federal da Fronteira Sul (LPV-UFFS), campus Realeza-PR no periodo de abril de 2012 ate julho de 2017. 4. Resultados e Discussao Foram recebidas para exame amostras de 82 bovinos leiteiros. Das analises, 80 casos tiveram diagnosticos conclusivos e 2 casos foram inconclusivos. No estudo de Lucena et al. (2010), o numero de casos inconclusivos foi de 2.486 animais de um total de 6.706 bovinos, e atribuido principalmente a exames realizados por veterinarios de campo, suspeitando-se de erros de sistematica e observacao. De modo contrario, no presente estudo os casos inconclusivos foram poucos e associados ao estado avancado de autolise da amostra. A idade media dos animais foi de 3,6 anos, variando de 0 (feto) a 12 anos de idade, com predominância da raca holandesa (53%) e Jersey (24%). A prevalencia de femeas foi maior que a de machos, sendo 84,14% e 15,86% respectivamente, o que e justificavel, pois a regiao e uma das maiores bacias leiteiras do estado, e vacas, bezerras e novilhas constituem a maior parte do rebanho (FACCIN et al., 2015). Alem disso, sabe-se por observacao a campo que a utilizacao de inseminacao artificial e difundida, nao sendo utilizados machos na maioria das propriedades (SCHMITZ; SANTOS, 2013). As doencas foram categorizadas em grupos, sendo: doencas inflamatorias e/ou infecciosas (43,9%), disturbios de desenvolvimento (9,75%), doencas causadas por agentes fisicos (8,54), intoxicacoes (7,31%), doencas metabolicas e nutricionais (6,1%), neoplasmas (4,87%), doencas parasitarias (4,88%), outros disturbios (12,2%) e inconclusivos (2,43%). As doencas infecciosas e/ou inflamatorias tiveram maior recorrencia, destacando-se a peritonite, a reticulo pericardite traumatica e a reticulo peritonite traumatica. Estas sao, na maioria das vezes, decorrente da ingestao de corpos estranhos como pregos e arames, que podem por sua vez perfurar orgaos e causar reticulite, pericardite e peritonite (FACCIN et al., 2015). Do mesmo modo, Lucena et al. (2010) em seus estudos tambem encontraram essa categoria em maior porcentagem, justificando-se assim, pelos sistemas de criacao encontrados na regiao sul do pais, os sistemas extensivos e semi-intensivos, bem como as falhas de manejo sanitario dos animais e as caracteristicas sociais e economicas. Os disturbios de desenvolvimentos foram o segundo mais prevalente, destacando-se persistencia de ducto arterioso e epiteliogenese imperfeita, que sao alteracoes bastante incomuns na bovinocultura.  Nos estudos de Lucena et al. (2010), as intoxicacoes foram uma das maiores causas de morte em bovinos, causadas principalmente pelo Senecio spp. contudo o presente estudo, nao revelou as intoxicacoes como sendo uma das principais causas, devido ao manejo empregado, que nao permite acesso dos animais as plantas toxicas. A intoxicacao pela ingestao de Solanum sp. foi a mais comum, embora a porcentagem de mortes tenha sido baixa. Os neoplasmas corresponderam a 4,87% das causas de morte, e inclui carcinomas de celulas escamosas, podendo ou nao estar relacionados a intoxicacao cronica por Pteriduim sp, Sob o mesmo ponto de vista Lucena et al. (2010), tambem apontaram a planta ao alto indice de neoplasias em bovinos. Este estudo permite melhor conhecimento sobre as doencas locais, eliminando diagnosticos erroneos e contribuindo para um melhor manejo e profilaxia dos animais, assim como evitando perdas economicas futuras. Estudos regionais sobre as afeccoes de bovinos sao importantes, pois fatores especificos da regiao, como epidemiologicos, climaticos e relevos podem influenciar no surgimento de diferentes doencas. 5. Conclusao Observou-se assim, maior prevalencia de doencas inflamatorias e/ou infecciosas na regiao sudoeste do Parana. Os exames necroscopicos e histopatologico mostraram-se e eficazes para avaliacao de afeccoes de bovinos leiteiros da regiao.
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