Governo das sociedades, custos de agência e crise financeira: que relação?

2014 
O debate sobre o governo das sociedades tem ganhado crescente relevo nos meios academico e empresarial desde o fim da decada de 1980. Esse maior destaque foi originado por diversos fatores, dos quais se salientam a crise na Asia, os escândalos financeiros que assolaram grandes empresas cotadas norte-americanas e algumas empresas de auditoria e, mais recentemente, a crise financeira mundial. Embora ha muito defendida a necessidade de aperfeicoar os instrumentos existentes e de descobrir novos mecanismos, de modo a encontrar um sistema de governo das sociedades que minimize os custos de agencia, a crise financeira mundial com origem nos EUA veio dar-lhe novo “folego”. E, agora, com especial enfase na banca. Falhas no governo das sociedades, em particular no setor bancario, tem sido apontadas como culpadas pela crise financeira global iniciada em 2007, so comparavel a Grande Depressao. Assim, este artigo pretende, em primeiro lugar, apresentar uma caracterizacao generica dos mecanismos de governo das sociedades, integrando no estudo os denominados custos de agencia e, em seguida, analisar tais mecanismos no setor bancario, estabelecendo uma relacao entre eles e a crise financeira. A pesquisa efetuada permite demonstrar a importância dos instrumentos de governo das sociedades na minimizacao dos custos de agencia, nomeadamente no contexto da crise financeira. Ainda que o setor bancario tenha as suas especificidades, a investigacao feita indica que existe uma relacao entre aqueles instrumentos e a performance dos bancos e que fragilidades no governo das sociedades determinaram em larga medida a crise financeira.
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