RELATO DE CASO: LINFOMA NÃO-HODGKIN DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B DE COLO UTERINO

2021 
Introducao Os Linfomas correspondem a 3,5% das neoplasias malignas em mulheres e os sitios extranodais correspondem cerca de 25% de todos os Linfomas diagnosticados. Destes, os que acometem o sistema reprodutor feminino correspondem a 1%, principalmente localizado em Utero e Ovario, o que torna o Linfoma de Colo Uterino ainda mais raro. O diagnostico e dificultado por sintomas ginecologicos habituais e falta de especificidade em achados de exames citologicos, o que pode ainda mais subestimar dados em relacao a esta rara ocorrencia. Objetivos O presente caso tem por objetivo relatar um sitio incomum de acometimento pelo Linfoma Difuso de Grandes Celulas B. Relato de caso Paciente feminino, 22 anos, nulipara, apresentando dispareunia, e metrorragia. Exame ginecologico apresentando tumoracao em colo. Optado por Biopsia de lesao, com diagnostico imuno-histoquimico de Linfoma Difuso de Grandes Celulas B (LDGCB). PET-CT com hipercaptacao linfonodos cervicais e inguinais, de aspecto reacional. Biopsia de Medula Ossea sem infiltracao por celulas tumorais. Sorologia positiva para Sifilis. Iniciado tratamento primario com Penicilina e posteriormente iniciado quimioterapia exclsusiva com protocolo R-CHOP por 6 ciclos. PET e Ressonância pos tratamento sem sinais de atividade tumoral. 01 ano apos tratamento, evolui em exame ginecologico de rotina com nova lesao em colo, com PET sem alteracoes, e anatomo-patologico com Cervicite Cronica com metaplasia escamosa, e HPV com Condiloma, tratado. Paciente segue em acompanhamento anual com Ressonância Magnetica Pelvica e exame ginecologico, sem recidiva. Discussao Em cerca de 25% dos casos, o Linfoma Nao-Hodgkin pode ter apresentacao extranodal. O sitio mais comumente envolvido e o Trato Gastrointestinal (30-40%). O Trato Geniturinario feminino corresponde a cerca de 1% dos sitios extranodais, sendo o ovario (49-59%), utero (27-29%) e as tubas uterinas (11%) os locais mais acometidos, fazendo os Linfomas De Colo Uterino ainda mais raros. A etiologia e a patogenese ainda nao estao totalmente elucidados, porem tem sido relacionado a terapias imunossupressoras, infeccao pelo HIV e HPV, e outras doencas sexualmente transmissiveis, como a Sifilis relatada no caso. Ocorrem em media na quinta decada de vida, mas ha relatos de casos aos 20 e aos 80 anos. O sintoma clinico mais comum e o sangramento vaginal anormal, podendo ocorrer outras queixas ginecologicas como dispareunia, dor pelvica ou leucorreia. Sintomas B sao raros. O diagnostico e dificultado pela falta de achados especificos ao exame citologico e muitos sendo normais, porem em ate 44% das pacientes algum achado anormal. Definitivamente, o diagnostico vem atraves da biopsia da lesao no Colo com analise Imuno-Histoquimica, porem os metodos de imagem auxiliam no processo investigativo. De forma geral, principalmente US e RM, frequentemente exibem um padrao com aspecto em “barril”. Eventualmente podem se apresentar como lesao polipoide e massa solida. Necroses e ulceracoes sao incomuns. A RNM e o metodo de escolha, e o PET pode auxiliar na analise, apesar de nao haver alteracoes em alguns casos. O estadiamento se da atraves da Classificacao de Ann-Arbor para Linfomas extranodais. Como se trata de uma doenca rara com poucos casos ainda descritos, nao existe um consenso preciso sobre a terapia a ser abordada, porem o tratamento quimioterapico com esquema CHOP ainda leva a respostas completas em ate 70% dos pacientes. Cirurgia e Radioterapia local como terapias adjuvantes sao reservadas para casos de biopsia e grandes massas. Conclusao Com este relato contrastado aos dados existentes na literatura, conclui-se que apesar da raridade desta doenca, ela deve ser considerada em pacientes com queixas ginecologicas comuns porem persistentes.
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