Benefícios do treinamento físico para pessoas vivendo com HIV

2016 
A expectativa de vida de pessoas vivendo com HIV/aids esta aumentando, principalmente devido aos avancos no tratamento da doenca, o qual reduziu o numero de complicacoes associadas ao virus. No entanto, o tratamento e relacionado a diversos efeitos adversos, os quais, de forma geral, tem aumentado o risco de desenvolvimento de doencas cardiovasculares (DCV) e o numero de mortes em decorrencia dessas doencas. O treinamento fisico tem sido utilizado como uma estrategia nao medicamentosa para o tratamento das co-morbidades associadas a infeccao pelo HIV e ao seu tratamento; entretanto, o conhecimento dos beneficios do exercicio fisico para essa populacao ainda e incipiente. Dessa forma, os objetivos do trabalho foram distribuidos em tres estudos independentes: 1) verificar os efeitos do treinamento fisico concorrente sobre a aptidao cardiorrespiratoria, a forca muscular e a variabilidade da frequencia cardiaca em repouso (VFCrep) de pessoas vivendo com HIV/aids; 2) revisar a literatura sobre os efeitos do treinamento fisico sobre a aptidao fisica, a qualidade de vida, a composicao corporal, o perfil lipidico e os marcadores inflamatorios em pessoas com sindrome da lipodistrofia associada ao HIV (SLH); 3) comparar os beneficios do treinamento fisico concorrente sobre a aptidao cardiorrespiratoria, a velocidade pico (Vpico), a forca muscular, a composicao corporal, o perfil lipidico, glicemia, adipocinas, proteina C reativa e VFCrep entre pessoas infectadas e nao infectadas pelo HIV. No primeiro estudo, 43 pessoas infectadas pelo HIV iniciaram o projeto; 25 delas participaram, tres vezes por semana, de um programa de treinamento concorrente por 16 semanas e 18 compuseram o grupo controle. Foi demonstrado que o consumo de oxigenio pico (VO2pico), a Vpico, a forca muscular e alguns indices da VFCrep melhoraram apenas nos sujeitos treinados. No segundo estudo, os resultados de cinco artigos inseridos nas analises qualitativas demonstram que o exercicio fisico melhora a aptidao cardiorrespiratoria e a forca muscular, alem de indicativos de melhora em marcadores sericos de inflamacao; entretanto, nao ha consenso em relacao a composicao corporal e ao perfil lipidico de pessoas com SLH. No terceiro estudo, por sua vez, 42 pessoas foram submetidas a 10 semanas de treinamento fisico concorrente, tres vezes por semana, sendo 18 infectadas pelo HIV e 24 nao infectadas. Tanto as pessoas infectadas como as nao infectadas aumentaram a Vpico e a forca muscular. Alem disso, ambos os grupos melhoraram alguns indices da VFCrep e aumentaram as concentracoes de HDL, tendo o grupo infectado apresentado menores valores de HDL em relacao ao nao infectado; finalmente, nao houve alteracoes na composicao corporal, na glicemia e nas concentracoes de adiponectina, leptina e proteina C reativa. De forma geral, e possivel concluir que o treinamento concorrente melhorou a aptidao fisica, bem como alguns indices da VFCrep na mesma magnitude em pessoas vivendo com HIV/aids e em pessoas nao infectadas pelo HIV.
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