Impacto do estudo imuno-histoquímico no estadiamento das neoplasias precoces do trato gastrointestinal submetidas à Dissecção Endoscópica da Submucosa (DES)

2012 
Introducao: Recentemente, tem sido proposto o estudo de fatores prognosticos em neoplasias precoces do trato gastrointestinal (TGI) submetidas a disseccao endoscopica da submucosa (DES) pesquisados por meio de estudos imuno-histoquimicos, tais comoma invasao vascular sanguinea (CD 34) e linfatica (D2-40), a superexpressao da proteina Her-2/neu e a mensuracao da atividade proliferativa atraves da marcacao imuno-histoquimica do Ki 67. Objetivos: Nosso objetivo foi determinar o papel do estudo imuno-histoquimico no estadiamento de especimes de disseccao endoscopica da submucosa: analisando comparativamente a deteccao de IVL e sanguinea (IVS), pela HE e pela imuno-histoquimica (IHQ) com marcacao por D2-40 e CD34 em uma serie de produtos de DES, indice de proliferacao celular com marcacao pelo Ki 67 e superexpressao da proteina Her-2/neu, e correlaciona-las com os demais fatores prognosticos. Material e metodos: foi realizado estudo IHQ em cortes seriados, utilizando os marcadores D2-40 (endotelio linfatico) e CD34 (pan-endotelial) em 30 casos consecutivos de produtos de DES com diagnostico histologico de carcinoma para avaliar a presenca de IVL e IVS. Tambem foram utilizados os marcadores Ki 67 (proliferacao celular) e Her-2/neu. Os resultados obtidos pela analise a IHQ foram comparados com a deteccao de IVL e IVS pela HE, e correlacionados com outros fatores prognosticos, assim como o indice de proliferacao celular e a superexpressao do Her-2/neu. Resultados: A deteccao de IVL foi consideravelmente maior que a de IVS. A presenca de IVL foi detectada em 6/30 casos (20%) pela HE e em 9/30 casos (30%) pela IHQ. Dos 6 casos com IVL ao HE, 3 eram falso-positivos a IHQ. A IHQ detectou IVL em 6 casos que haviam sido considerados negativos ao HE. A IVS foi evidenciada em 5/30 casos (16,7%) pela HE e pela IHQ em apenas 1 caso (3,3%). Foram identificados, pela analise a IHQ, 5 casos falso-positivos e 1 caso falso-negativo para IVS. A comparacao entre a deteccao de IVL e IVS por ambos os metodos nao mostrou diferenca significativa. A concordância diagnostica entre os metodos foi fraca para IVL (Kappa=0,211) e pobre para IVS (Kappa=0,167). O fator clinico-patologico relacionado a presenca de IVL foi a profundidade do tumor nas camadas m1 (p=0,031) e m3 (p=0,047). Em contrapartida, todas as variaveis analisadas nao mostraram correlacao com a presenca de IVS. Quando analisamos o indice de proliferacao celular detectado pelo exame IHQ (Ki 67), nao identificamos relacao estatisticamente significativa com as variaveis analisadas. Todos os casos mostraram-se negativos para a superexpressao da proteina Her-2/neu. Conclusao: Nossos resultados indicaram que a analise histopatologica dos produtos de DES realizando exclusivamente a coloracao de rotina HE, como usualmente ocorre, nao permite a avaliacao adequada da presenca de IVS ou IVL. O presente estudo contribuiu para ampliar e refinar o protocolo estabelecido uma vez que propoe a inclusao de estudos imuno-histoquimicos para pesquisa de IVS e IVL (CD34 e D2-40), proliferacao celular (Ki 67) e superexpressao da proteina Her-2/neu. Desta forma sao fornecidas, todas as informacoes atualmente possiveis que possam ser extraidas do produto de DES aprimorando o estadiamento da neoplasia.
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