Autoavaliação do estado de saúde e analfabetismo como preditores de morte em uma coorte brasileira

2018 
Fundamento: Identificar individuos com expectativa de vida reduzida de forma adequada e uma prioridade em politicas de saude publica e uma questao central em tomadas de decisao em cuidados clinicos. Existem poucos estudos de coorte em paises em desenvolvimento abordando a autoavaliacao do estado de saude (AES) e analfabetismo como preditores de mortalidade. Objetivo: Determinar se a autoavaliacao do estado de saude e analfabetismo tem associacao com mortalidade por doenca cardiovascular em uma coorte brasileira. Metodos: Foi conduzido um estudo prospectivo populacional numa pequena cidade brasileira com o objetivo de determinar se essas duas variaveis foram preditoras de mortalidade por doenca cardiovascular (CV) e doenca nao cardiovascular (nao-CV). A coorte foi estabelecida em 2002 (fase 1) com uma amostra representativa de adultos residentes na cidade, e foram reavaliados em 2015 (fase 2). Dados sobre as variaveis sociodemograficas, antropometricas, de estilo de vida, doenca CV previas e AES foram coletados em ambas as fases. Modelos de regressao logistica multivariaveis foram projetados para identificar variaveis da fase 1 que previram morte (todas as causas, doenca CV e nao-CV) na fase 2. Resultados: A partir da amostra original de 1.167 individuos incluidos na primeira fase, 101 foram excluidos deste estudo por nao terem sido localizados durante a segunda fase. O tamanho final da amostra foi de 1.066 individuos. A idade media foi de 42,7 ± 13,8 anos na fase 1 e 56,1 ± 13,8 anos na fase 2. Do total de 1066 individuos incluidos 148 (14%) morreram por todas as causas, sendo que 95 (9%) por causas nao-CV e 53 (5%) por doenca CV. Autoavaliacao da saude positiva em 2002 foi de 57% para aqueles que sobreviveram em 2015, em comparacao a 31,1% dos demais (p <0,001); e o oposto ocorreu quando considerada autoavaliacao negativa, sendo 18,9% x 7,7% (p <0,001). Em 2002 o analfabetismo foi mais frequente em individuos falecidos em 2015 quando comparados aos vivos (35,1% x 11% - p <0,001). A autoavaliacao do estado de saude foi preditora negativa de mortalidade por doenca CV (OR 0,68, IC 95% 0,46 - 0,99; p = 0,049) e todas as causas de morte (OR 0,77; IC 95%: 0,60 - 0,99; p = 0,049) apos o seguimento, enquanto o analfabetismo previu positivamente morte nao-CV (OR 1,79; IC 95%: 1,06 - 3,04; p = 0,030). Conclusao: A avaliacao do estado de saude negativa foi preditora de morte por doenca CV e todas as causas, mas nao por doencas nao-CV, e o analfabetismo previu a morte nao-CV, mas nao por doenca CV ou por todas as causas apos 13 anos de seguimento em uma coorte brasileira.
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