Sedation and memories in critical care

2014 
As estrategias de sedacao nas unidades de terapia intensiva (UTI) mudaram na ultima decada pela utilizacao de protocolos de despertar diario, menos sedacao e ate nenhuma sedacao.(1-3) Alem disto, novas modalidades ventilatorias foram projetadas para promover melhor sincronia do paciente com o ventilador e menor necessidade de sedacao. E bem conhecido que estrategias de menos sedacao reduzem a duracao da ventilacao mecânica e da permanencia no hospital.(1-3) Entretanto, ha uma crescente preocupacao a respeito da melhor estrategia de sedacao com relacao as memorias e ao transtorno de estresse pos-traumatico (TEPT) apos alta da UTI.(4) Acumulam-se evidencias de saude mental precaria e ma qualidade de vida entre os sobreviventes da terapia intensiva. Muitos estudos avaliaram as memorias de pacientes da UTI em periodos variaveis apos a sua alta, obtendo resultados conflitantes. Alguns estudos descreveram poucas lembrancas ou mesmo a ausencia delas para eventos reais durante a permanencia na UTI(5,6) ou apenas lembrancas de dor, aspiracao, ou privacao de sono,(7) enquanto outros descreveram memorias de pesadelos vividos, alucinacoes e ilusoes paranoides.(5,8) Essas experiencias sao frequentemente muito assustadoras, podendo predispor os pacientes a formarem memorias vividas e duradouras. Estudos sugerem que mesmo memorias relativamente desagradaveis de eventos reais (lembrancas factuais), durante a doenca critica, podem dar alguma protecao contra o desenvolvimento de ansiedade e de sintomas tardios relacionados ao TEPT. Tal fato nao ocorre quando as memorias de ilusoes se destacam.(5) Ainda nao esta claro a extensao em que o trauma de uma doenca grave, tratamentos e farmacos associados, ou a reacao psicologica do paciente durante a permanencia em terapia intensiva contribuem para desfechos psicossociais desfavoraveis. Muitos processos podem interagir e, em ultima analise, levar aos problemas de memorias relatados por pacientes de UTI.(9) Primeiramente, pacientes graves tem maior propensao a desenvolver encefalopatia metabolica ou septica, manifestada como confusao ou coma, que podem ser exacerbadas por disturbios do sono, isolamento sensorial e social. Em segundo lugar, a estrategia de sedacao pode ter uma forte influencia na lembranca de eventos na UTI. Opiaceos, benzodiazepinicos, adrenalina e corticosteroides, farmacos comumente utilizados na terapia intensiva, podem ter uma profunda influencia nas memorias. Alem disso, a interrupcao abrupta de farmacos previamente utilizados, como benzodiazepinicos, pode causar fortes reacoes de abstinencia, que podem, por sua vez, contribuir para o delirium. Cassia Righy Shinotsuka1,2, Rodrigo Bernardo Serafim2,3,4
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