UTILIZAÇÃO DO PLASMA FRESCO CONVALESCENTE EM PACIENTES DE ALTO RISCO DURANTE FASES PRECOCES DE INFECÇÃO POR COVID-19

2021 
Objetivos Dentre o arsenal terapeutico atual contra a COVID-19, a terapia com plasma convalescente proveniente de doadores recuperados da COVID-19 (CCP), pode ser benefica em pacientes de alto risco que estejam em fase precoce desta infeccao, especialmente ate o quinto dia de sintomas. Relatamos abaixo dados iniciais de uma serie de pacientes de alto risco com infeccao por SARS-CoV-2 que receberam esta terapeutica. Material e metodos As unidades de CCP foram coletadas por aferese e submetidas a titulacao de anticorpos neutralizantes atraves da neutralizacao viral em placa. As unidades com titulos ≥ 160 foram liberadas para uso, constituidos pools de duas doacoes e submetidas ao tratamento de reducao de patogenos pelo Intercept®. Os criterios de inclusao dos pacientes para o estudo foram: idade ≥ 60 anos, presenca de comorbidades, diagnostico confirmado de SARS-CoV-2 por RT-PCR e sintomas de COVID-19 com inicio ≤ 5 dias. Apos solicitacao medica e assinatura do termo de consentimento informado, os pacientes receberam pre-medicacao (anti-histaminico) seguido de uma dose unica de plasma convalescente (200 mL). O desfecho primario foi considerado obito apos 28 dias da transfusao e o secundario, internacao apos receber a transfusao ambulatorial. Resultados Estudamos 120 pacientes entre 01/01/2021 e 31/07/2021, sendo 37 (30,8%) pacientes internados devido a condicao clinica no momento da transfusao e 83 (69,2%) ambulatoriais; 84 (70%) eram masculinos e 36 (30%) femininos. A media de idade foi de 66 anos. Quanto aos antecedentes vacinais: 40/120 (33,4%) haviam recebido pelo menos a primeira dose da vacina (periodo medio da vacina a transfusao de plasma de 46 dias) sendo 25/40 (62,5%) Coronavac, 14/40 (35%) Astrazeneca e 1/40 (0,5%) Pfizer. As comorbidades mais encontradas foram hipertensao arterial (57,5%), obesidade (36,7%), diabetes (28,4%), cardiopatia (25%), neoplasia (18,4%), imunodeficiencia (13,4%) e pneumopatia (8,4%). Observamos 3 (2,5%) reacoes transfusionais leves (2 alergicas, 1 RFNH), sem danos aos pacientes. Entre os pacientes internados, 5/37 (13,5%) foram a obito, pela propria condicao clinica de base, associada as comorbidades, principalmente imunossupressao. Tais obitos ocorreram em media, 25 dias apos a transfusao. Dos pacientes ambulatoriais, 14/83 (16,9%) internaram nos 28 dias seguintes a transfusao, permanecendo, em media, 15 dias no hospital. Neste grupo, houve apenas 1 (1,2%) obito, por complicacoes hemorragicas e cardiologicas, em paciente com importante imunossupressao por transplante hepatico recente. Discussao Nossos dados demonstram a viabilidade do tratamento precoce na infeccao pelo SARS-CoV-2 utilizando-se plasma convalescente com altos titulos de anticorpos neutralizantes em pacientes de alto risco, internados ou nao, prevenindo, inclusive, internacoes subsequentes.
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