SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA INCONTINÊNCIA FECAL NO MANEJO DE "SKIN FAILURE" NO PACIENTE COM COVID-19: ESTUDO DE CASO

2020 
INTRODUCAO: Skin Failure ou falencia aguda da pele, sao lesoes decorrentes da hipoperfusao tecidual, geralmente desenvolvida em periodos criticos e de instabilidade hemodinâmica, e comumente sao confundidas com lesoes por pressao (LP)1,2 Quando em regiao sacral/glutea, as feridas tornam-se um desafio para o Estomaterapeuta, pois a manutencao do curativo e prejudicada pela presenca de incontinencia urinaria e/ou fecal (IF)3. No paciente critico com COVID-19 a incontinencia IF/diarreia e um achado comum4, e seu manejo pode ser complexo. O sistema de gerenciamento para incontinencia fecal (SGIF) e uma maneira eficaz de manter ou melhorar a integridade da pele perianal e glutea, alem de promover economia de recursos e diminuicao da carga de trabalho5. OBJETIVO: Descrever o uso de um SGIF, como metodo auxiliar no tratamento de Skin Failure, apos reconstrucao cirurgica com retalho miocutâneo. METODO: Trata-se de um estudo observacional descritivo, retrospectivo, do tipo relato de caso. A coleta de dados ocorreu em prontuario, no periodo de 23 de marco a 04 de setembro de 2020. O local de estudo foi um hospital particular, de grande porte, em Sao Paulo e foi extraido do estudo aprovado no comite de etica, sob o numero 38930920.7.0000.5461. RESULTADOS: A.Z, 76 anos, internado em unidade de terapia intensiva por sindrome do desconforto respiratorio agudo, relacionada a infeccao por COVID-19. Comorbidades: hipertensao arterial sistemica, insuficiencia cardiaca obstrutiva, diabetes mellitus, dislipidemia, hipotireoidismo e obesidade. Evoluiu com quadro clinico grave e injuria renal aguda. Submetido a ventilacao mecânica nao invasiva e drogas vasoativas. Durante os primeiros quinze dias de internacao apresentou inumeras labilidades hemodinâmicas. Apresentou durante este periodo de gravidade lesao com caracteristica isquemica na regiao sacral, definida inicialmente como lesao por pressao tissular profunda, porem, foi reclassificada como Skin Failure. A lesao evoluiu, acometendo camadas mais profundas dos tecidos, como musculo e osso, necessitando de desbridamento cirurgico e reconstrucao, atraves de retalho miocutâneo extenso. Devido a IF previa, com 4 a 7 episodios de evacuacoes ao dia, apresentava risco para complicacoes da cicatrizacao do retalho, tanto pela contaminacao, quanto pelo excesso de mobilizacoes no paciente, alem do dificil gerenciamento da umidade na pele. Foi discutido com equipe multiprofissional estrategias de desvio fecal, sendo indicado o uso do SGIF. Este foi mantido por 28 dias, momento em que foi considerada a cicatrizacao completa do retalho. Conclusao: Este estudo ressalta a importância da atuacao multiprofissional e do estomaterapeuta na tomada de decisao, sendo excepcional sua percepcao, mesmo em feridas com abordagem cirurgica. Nesse contexto, o SGIF, embora seja pouco difundido no Brasil, contribuiu com o sucesso da intervencao cirurgica, com consequente reducao de troca de curativos, diminuicao de custos e menor sobrecarga da equipe de enfermagem, ao diminuir as trocas de fraldas e procedimentos de higiene intima, culminando na cicatrizacao completa da lesao.
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